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Linhas pedagógicas

As escolas possuem diferentes linhas pedagógicas, que podem variar bastante entre si. Além do propósito em comum de alfabetizar e ensinar as disciplinas, as escolas podem lidar de maneiras diferentes com o ensino e com a transmissão de valores aos alunos. No entanto, vale ressaltar que em muitas escolas há influência de mais de uma linha pedagógica. Saiba mais sobre cada uma delas:

Escola Tradicional

Foi iniciada no século XVIII com o importante objetivo de universalizar o acesso ao conhecimento e é a linha mais utilizada no Brasil. Esse tipo de escola privilegia a transmissão de conteúdo através de um mestre, o professor, que é responsável por ensinar as disciplinas e manter a ordem. Há rigidez em relação à disciplina e a hierarquização é muito importante e respeitada. Neste sentido, não é muito pensada a individualidade de cada criança em si, e a transmissão de conteúdo é feita de forma sistematizada e igual para todos, independente de suas singularidades. As matérias são ensinadas com rigidez e organização, seguindo o cronograma escolar. O material didático é composto por livros e apostilas, que são muito utilizados em sala de aula. Trabalha-se com a ênfase na repetição e memorização através de exercícios de fixação. Dessa forma, o conhecimento é transmitido de forma mais teórica e menos prática. Ao final de cada período são aplicadas provas que testam se o conteúdo transmitido foi bem assimilado. Se não for, o aluno não consegue ser aprovado. Além disso, há uma grande preocupação com o vestibular, preparando os alunos desde cedo para realizar os exames da melhor forma possível.

Escola Construtivista

É uma das linhas da chamada “pedagogia ativa”, onde a aprendizagem não é encarada como um método, mas como uma concepção de ensino. Foi desenvolvida pelo filósofo Jean Piaget e busca que o próprio aluno desenvolva o seu conhecimento. O objetivo do construtivismo é que o aluno adquira autonomia, e a ênfase está no aspecto cognitivo. Portanto, ele leva em consideração o conhecimento que a criança traz consigo e os fatores que a influenciam. Neste contexto, o professor atua apenas como mediador auxiliando no processo de aprendizagem, e não como mestre exclusivamente possuidor do conhecimento. Ele deve oferecer atividades e oportunidades para que o aluno se desenvolva em suas dimensões cognitivas, afetivas, éticas, estéticas e sociais. Não há tanto a imposição de aulas expositivas (como nas escolas tradicionais), e o conhecimento é transmitido de forma menos rígida e mais natural, através de atividades ao ar livre, experimentações, excursões etc. Segundo esta teoria, uma criança pode aprender a ler e escrever sozinha, desde que viva em um ambiente onde há a presença de livros e textos que despertem seu interesse. A avaliação nas escolas construtivistas leva em conta o desempenho do aluno em todas as tarefas propostas, e não apenas nas provas.

Escola Montessoriana

No método idealizado no século XX pela italiana Maria Montessori, as crianças são identificadas pelas características e possibilidades que possuem, respeitando o crescimento natural de cada um. Maria criou grupos de materiais didáticos para trabalhar cinco áreas: vida cotidiana, estimulação sensorial, linguagem, ciências e matemática. Assim, eles servem para desenvolver o raciocínio, a concentração e a criatividade de cada um, estimulando o gosto pelo aprendizado. As atividades ficam dispostas em sala e o aluno escolhe qual irá fazer no dia, leva em conta a personalidade de cada criança. No entanto, é preciso cumprir os módulos obrigatórios para avançar nos estudos. Segundo esta teoria, mais do que ensinar, o educador deve observar bastante o comportamento individual, orientando as atividades psíquicas das crianças e o seu crescimento psicológico e, consequentemente, pedagógico. Dessa forma, cabe ao educador durante o processo de aprendizagem remover os obstáculos que estejam dificultando o aprendizado, propondo atividades motoras ou sensoriais através da arte, música ou ciência. Além disso, geralmente as atividades são feitas em grupo, o que estimula a cooperação. O objetivo consiste em estabelecer a atividade espontânea da criança, despertando a vontade de saber.

Escola Waldorf

Surgiu em 1919, com o filósofo alemão Rudolf Steiner. É antiautoritária e busca fomentar o desenvolvimento individual. Toda a programação em sala de aula procura desenvolver os aspectos físico, psicoemocional e espiritual do aluno. Os alunos são divididos por faixas etárias e não por série, e não há repetências. De linha antropológica, os alunos são divididos em grupos e permanecem juntos por sete anos, sendo acompanhados nesse ciclo pelo mesmo professor, que é chamado de tutor. Somente após os 7 anos de idade que é feita a alfabetização, pois antes dessa idade a linha Waldorf acredita que não é necessário que haja pensamento abstrato por parte do aluno, pois isso seria um agente dificultador do aprendizado. Além disso, valoriza-se bastante as atividades que desenvolvem as habilidades manuais dos alunos e os pais são convidados a participar ativamente das atividades pedagógicas.

Escola Comportamentalista

O aluno é visto como alguém que pode aprender a partir de estímulos, e a relação entre professor e aluno é muito estreita e importante para o desenvolvimento. O professor tem como missão controlar o tempo e as respostas dos alunos, dando-lhes um feedback sempre que necessário. O objetivo é que os resultados possam ser mensurados e que o estudante adquira os comportamentos e os conhecimentos desejados. A avaliação é feita de maneira parecida com a linha tradicional, aplicando-se provas que testem se o conteúdo foi bem assimilado pelo aluno.

Escola Democrática

São baseadas na Escola Summerhill, nascida na Inglaterra, e vão contra todo tipo de controle, hierarquização e punição. Seu grande diferencial é que os alunos não são obrigados a assistir as aulas obedecendo a um cronograma comum e único. Eles escolhem as atividades que irão fazer de acordo com seus interesses. Dessa forma, os desejos e a individualidade de cada um é muito valorizada, e o aprendizado é feito de forma livre e flexível, respeitando as vontades e o tempo de cada aluno.A avaliação não é rígida, com provas e tarefas de casa. Procura-se avaliar o aluno de acordo com seu interesse e sucesso em atividades que ele escolheu fazer, observando seu desenvolvimento.

Escola Freiriana

Baseada nos ideais de Paulo Freire para a alfabetização, os aspectos culturais, sociais e humanos são muito considerados nesta linha pedagógica. A ética, a humildade, o respeito e a solidariedade, entre outros valores, são bastante defendidos. Há uma grande preocupação em transmitir e desenvolver esses valores nas crianças, respeitando o meio em que elas vivem e buscando prepará-las para a vida. Assim, a educação é voltada para o cotidiano e ensinam-se lições e conteúdos que sejam de valor para a vida. Por isso, é conhecida por ser uma educação bastante humanizada.